MENINA – FINAL

POV ELISA

Faz mais de um ano que não vejo Sofia, mesmo o nosso relacionamento não vingando eu não a esqueci, infelizmente fui até indelicada com uma mulher que levei para um motel, durante as preliminares chamei-a por Sofia. Claro que o clima acabou, e eu fui embora.

Ficar sem contato com Sofia está me deixando louca, então, tomei uma decisão. Deixarei a empresa nas mãos de pessoas que eu confio plenamente, e vou me mudar para Inglaterra, fazer algum curso, aprender uma nova língua e se possível, reconquistar Sofia.

Levei duas malas, meus sonhos, minha coragem e minha vergonha na cara. Eu preciso me destravar, eu preciso dizer que eu a amo… Se é que isso ainda importa para ela.

POV SOFIA

Finalmente saí do escritório, depois de um dia cansativo, porém muito produtivo. Preciso terminar meu doutorado logo. Amo trabalhar, mas não quero viver trabalhando.

Chegando em casa, paguei o taxista e quando olhei para minha porta, ví duas malas e uma pessoa sentada na escada. Estava muito escuro, não consegui reconhecer quem era.

Caminhei em direção a minha casa, e quando a pessoa levantou eu não pude acreditar.

– NÃO FALA NADA! – Elisa parou na minha frente. – Eu sei que nós sumimos uma da outra, que eu fui uma idiota, preconceituosa com o que eu sinto por você, sobre o que as pessoas iriam falar. Eu não sei se você já me esqueceu, se já tem outra em meu lugar, mas eu te amo.

– Oi? – Eu não cabia em mim de tanta felicidade, mas me contive por fora e fingi não entender o que ela tinha dito.

– EU TE AMO! EU TE AMO, SOFIA!

– Para, não precisa gritar a Inglaterra não é acostumada com o jeito brasileiro. Você está bêbada?

– Não bebi nada de álcool, eu juro. – Ela beijou os dedos como se fosse uma criança fazendo uma promessa.

– Vamos conversar lá dentro.

– Tá bom. – Elisa pegou suas malas e me seguiu. – Você está linda, só queria ressaltar isso… Bela casa.

– É modesta, mas eu gosto. Gostou da decoração?

– Sim, gostei muito.

– Quer beber alguma coisa?

– Aceito água.

– Quando você chegou?

– Menos de três horas. Ricardo me deu seu endereço. – Entreguei o copo para Elisa. – Então resolvi vir aqui primeiro.

– Veio passar quantos dias?

– Deixei a empresa na mão de pessoas de minha confiança, tranquei meu apartamento e vendi o meu carro. E aqui estou.

– Tá falando sério?

– Muito, eu vim para aprender uma nova língua, fazer cursos, morar. Te reconquistar, se é que ainda você sente algo…

– Elisa, vamos falar sério aqui. Você acha o que? Que eu seria uma boba apaixonada, que ficaria sofrendo eternamente por não estar com você? Que eu faria igual as mulheres dos filmes, que senta no píer e espera o marido desaparecido voltar do mar, mesmo depois de 50 anos? Que eu me lembraria da sua existência aqui na Inglaterra? – Falei de maneira rude com ela.

– Bom. – Senti seu rosto entristecer. – Eu precisava tentar, me desculpe.

– Eu sei que você não achou. Mas é exatamente isso. Eu não consegui ficar com ninguém e não tem um dia que eu não pense em você. – Envolvi meus braços em seu pescoço. – Eu ainda te amo, Elisa.

– Quer namorar comigo? – Elisa me abraçou forte, com um sorriso lindo no rosto.

– Quero. – Dei um beijo nela. – Quer morar comigo?

– Quero. – Elisa e seu sorriso tímido que iluminava meu mundo.

– Vem, você precisa conhecer o nosso quarto, prometo lhe mostrar com muitos detalhes.

POV ELISA

A impressão que eu tenho é que meu coração vai sair pela boca. Tudo deu certo. Tentava, mesmo que brevemente, prestar atenção na casa, Sofia estava ao meu lado. Subimos as escadas, me deparei com um corredor, com alguns quadros na parede.

Foi aí que me toquei, agora aqui será minha casa… E ela, minha namorada, esposa, afinal, vamos morar juntas. Hoje será a nossa lua de mel.

– O que foi? – Sem falar nada entrei em sua frente. – Elisa… – Peguei ela no colo sem avisá-la. Sofia soltou um grito. – Como assim?

– Estamos namorando, vamos morar juntas, na pratica será um casamento. Essa palavra lhe assusta, menina?

– Não. Se ela for sempre associada a você, não me assusta nem um pouco.

– Hoje será nossa noite de núpcias, o começo de uma lua de mel. Quero entrar segurando você no colo, tudo como manda o figurino.

–  Você poderia parar de ser tão perfeita?

– Não consigo, sou assim desde pequena. – Caímos na risada.

– Tão humilde, me impressiona a sua modéstia.

– Sei que foi isso que te conquistou. – Ela me roubou um beijo. – Onde fica o nosso quarto?

– A última porta a esquerda – Caminhamos até o quarto em silêncio, recebia o carinho de Sofia o tempo todo no meu rosto.

Entramos no quarto, coloquei-a na cama, tirei seus sapatos, tirei meu tênis.

– Quero fazer amor com você. Sem pressa, com todo carinho que você merece e com todo amor que eu tenho por você.

– E assim será. – Ela se levantou da cama, e me puxou pela calça. – Deixa que eu cuido de me livrar disso. – Aos poucos ela foi tirando toda minha roupa. – Deite aqui. Você teve uma viagem longa, precisa relaxar, e eu vou cuidar disso, ok?

Sem demora me deitei na cama, e eu sabia que ali eu estava perdida, do jeito bom da palavra, perdida. O rosto de Sofia mudava visivelmente conforme as suas intenções. Sofia romântica, Sofia palhaça, Sofia brava, Sofia triste, Sofia sexy. E era essa que estava na minha frente, tirando sua roupa sem desviar o olhar de mim.

Aquele ar de mulher fatal, que me comia com os olhos, ví essa versão tantas vezes. Quando nos vimos no corredor da empresa, e eu nem sabia quem ela era de fato. Na minha casa quando ela foi jantar pela primeira vez. Na boate onde nos beijamos a primeira vez. No motel…

E todas as vezes ela conseguia isso, me deixar de perna bamba, com um frio na barriga e a impressão que ficaria sem minha alma.

Ela suga tudo de mim, meu amor, minha sanidade, meu corpo… Minha vida.
– Lamento não ter um champagne aqui. Fica para próxima. – Ela estava totalmente nua, suas mãos se tornavam milhares no meu corpo, coxa, ombro, cabelo, seios. Ela se fazia presente. – Você não pode imaginar quantas vezes quis você aqui nessa cama.

– Cá estou. – Fiz um carinho em seu rosto.

– Temos todo o tempo do mundo, mas não quero pensar assim. Os seres humanos parecem dar mais valor quando o tempo é limitado.

– Somos tão falhos, você tem toda razão.

– Sempre tive, desde meus 12 anos, eu sabia que um dia você seria minha. – Ela me roubou um beijo intenso.

Suas mãos passeando pelo meu cabelo, enquanto as minhas acariciavam suas costas. Sua boca invadiu meu pescoço, com beijos lentos e molhados, meus seios sendo prensados por suas mãos. Senti uma mordida leve no seio, Sofia sugava com devoção enquanto usava uma de suas mãos para me masturbar calmamente.

Essa calma dela que me tira a paz. Sua boca foi descendo até meu sexo, faminta por mim. Sem demora, começou a me provocar arrepios, sua língua com maestria movimentando meu clitóris, me fazendo gemer alto. Sem aviso me penetrou, tocando o meu fundo, um vai e vem viciante e gostoso.

– Eu te amo. – Ela disse baixinho em meu ouvido.

– Eu também, Sofi.

Meu corpo começou a tremer, senti aquela sensação familiar, eu estava prestes a gozar, quando ela parou. Tirou seus dedos de dentro de mim.

– Não reclame, tenho um plano melhor. – Ela se posicionou encostando seu sexo no meu. – Vamos gozar juntas, da melhor maneira possível. – Seus olhos atentos às minhas expressões, seu sexo estava encharcado assim como o meu, aquele vai e vem não poderia ser mais perfeito.

Segurei em sua cintura intensificando o contato do nosso sexo. Sofia gemia e rebolava sem pudor. Que mulher maravilhosa. Seus olhos sempre em contato com os meus, nossos corpos queimando de tanto prazer, seu cabelo bagunçado. O bico dos seios na cor de doce de leite, linda.

Não há outra definição para Sofia.

Percebi que ela estava gozando, segurei seu corpo com toda a minha força e aprofundei o toque dos nossos sexos. Em questão de minutos estávamos exaustas, ela em cima de mim, ofegante. Ficamos em silêncio apenas curtindo o momento. Ela saiu de cima de mim.

– Quero conchinha, me abraça. – Eu não falei nada, apenas fiz o que ela me pediu. – Obrigada.

– Obrigada, você. Você salvou o que resta da minha vida. – Ela virou-se para me encarar. – É sério, a Elisa antes de você aparecer, achava que não era atraente, que não tinha capacidade de fazer ninguém se interessar. Pensava que pela idade, não tinha como perseguir seus sonhos, nem mudar de país. E você me mostrou o contrário, totalmente o contrário.
– Meu amor, você pode tudo, e eu vou te ajudar a se adaptar aqui, a fazer amigos, fazer os cursos, tudo o que você quiser.

– Sei que vai, por isso que eu te amo.

– Você é a minha menina. – Sofia disse com um sorriso no rosto, foi engraçado e fofo vendo ela usar comigo, o apelido que eu dei para ela.

– E você é a minha menina.

Alguns anos depois…

Já se passou um tempo, estou com 45 anos recém completados. O escritório no Brasil, está de vento em polpa. Apareço lá as vezes.

Eu estou imensamente feliz com o looping que minha vida deu, mas foi ótimo. Me casei, sim, oficialmente casada com Sofia. Terminei dois cursos, estou indo para o terceiro e consegui um trabalho na minha área.

É, eu sei que pode parecer estranho eu deixar de trabalhar em uma super empresa na qual eu sou dona, para ser funcionaria em outra. Mas a vida tem dessas coisas, e que bom que tem… Idade não dita e nem deve limitar pessoas ao fazer o que tem vontade. Se tenho, vou e faço. Simples assim… A vida é muito curta pra ficar nas frases:

“ Eu já não tenho idade pra isso.”

“ Minha época já foi ”.

Pura besteira, sua época é hoje, é agora.

E a hora é a hora que você quiser.

 

Final <3

assinatura paula okamura.fw

One thought on “MENINA – FINAL

  1. Ana Luisa Jesus Boa Morte says:

    Elisa e Sofia merece essa felicidade entre tantas, elas merecem por tudo que elas passaram e superaram juntas. E que Deus abençoe essa união assim como abençoe tudo que elas fizerem daqui por diante. 🙂 #Menina 😉

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