Da janela

Os pés de Ana estavam em cima dos meus, na cama. A noite tinha sido maravilhosa. Fizemos amor com todo o carinho e desejo que podíamos ter. Havia tempo que não nos tocávamos daquele jeito. Com tanta intimidade e cuidado. Apreciando cada detalhe uma da outra. Eu adoro ouvir Ana gemendo e quando ela faz isso com um dengo é a melhor coisa do mundo. Puxei meus pés e levantei devagar, enquanto Ana dormia num sono pesado, com uma expressão de quem está sonhando. Linda, nua e enrolada em nosso lençol. Peguei a blusa no chão, vesti e fui até a janela. Fumar. Um vício que ela me fez prometer que tentaria parar, mas é difícil. Principalmente depois de grandes emoções: boas ou ruins. E a nossa noite foi, sem dúvida, de muitas emoções boas. Tínhamos andando um tanto distante, problemas no trabalho, tédio e monotonia em nosso casamento. E fizemos na noite anterior um jantar para conversarmos sobre nossa situação. A conversa foi muito sincera e positiva. Saímos dela com promessas, expectativas, vinho e cheias de tesão. Resultado: uma noite de muito sexo com amor.

Fiquei fumando na janela do nosso apartamento, no 8º andar, apreciando o dia azul, as poucas pessoas e carros que passavam pela nossa rua calma, e as janelas vizinhas praticamente inabitadas. Até que avistei nossa vizinha do prédio ao lado, na janela, imóvel me olhando. Tentei fingir que não tinha percebido, mas aquele olhar estava me deixando incomodada e curiosa. Encarei-a. Ela deu um sorriso, a la monalisa, movimentou o pescoço como num alongamento, e continuou ali. Olhando. Diretamente para mim. Balancei a cabeça como quem cumprimenta o outro no elevador, e voltei minha atenção ao meu cigarro. Olhando-a vez em quando. Percebi que ela estava fazendo um jogo de sedução. Os gestos, olhares, sorrisos… E antes de pensar em como reagir àquela situação, senti duas mãozinhas quentes passando pela minha barriga debaixo da camisa. Era Ana, que tinha acordado, me visto debruçada na janela, apenas de blusa e decidiu aproveitar a vista e a esposa.

Ana me deu um bom dia cheio de malícias, sussurrando em meu ouvido, enquanto passeava sua mão por minha barriga, seios, cintura. Me fazendo arrepiar e esquecer por segundos de nossa espectadora. Tentei me virar para beijá-la, mas Ana não permitiu, me prendendo de costas para ela, de frente para a vizinha. Ana não percebeu que estávamos sendo vistas e eu decidi curtir aquele momento. Seria minha resposta ao jogo sensual que tinha sido convidada.  Permiti que ela me tocasse do jeitinho que ela desejava e senti o maior tesão por saber que estávamos sendo assistidas.  Ana beijou meu pescoço, apertou meus seios, deslizou as mãos por minha barriga, arranhou minhas pernas e foi entrando devagar até arrancar gemidos meus. Entreguei-me completamente. Ela sempre teve muita habilidade com as mãos e eu não resistia. Abri meus olhos quando percebi que o cigarro havia caído, e logo após, olhei para a vizinha que continuava observando, com uma expressão indescritível. Fiquei ali gemendo e a encarando. E ela correspondeu à minha provocação. Passou suas mãos pelos seios e foi descendo. A janela não me deixou ver, mas com certeza estava com sua mão entre as pernas.  Começamos uma disputa do prazer, eu delirando com Ana. E ela delirando com a gente.

Coloquei meu braço para trás deixando minha mão entre as pernas de Ana também, e continuamos esse jogo por alguns minutos. Nós três. Eu, Ana e a vizinha. Estava realizando uma fantasia sexual: ser alvo de uma voyer e isso me deixou muito excitada. Quando estava prestes a gozar, fiz questão de ela perceber e de fazer Ana gozar também. E vi que a vizinha estava em seu auge, lá na sua janela. Gozamos as três numa das mais loucas aventuras sexuais da minha vida. Ficamos ali na janela, eu e Ana. Ofegantes e pude ver a vizinha saindo e voltando com um cigarro. Dei um sorriso cúmplice, beijei a minha esposa linda e voltamos pra cama. Ana fechou a janela.

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