Improvável – Parte 9

– Pra que? – Julia me respondeu confusa.

– Levanta, quero dançar com você.

– Isso é sério? – Não disse nada, apenas coloquei uma música do meu celular para tocar, e peguei em sua mão. – Gosto de Adele.
– Também, só não sei exatamente que música é.

– É turning tables… Até que você dança bem, Maya!

– É, eu faço tudo bem. – Disse em tom de brincadeira. – Não sei fazer nada mais ou menos…

– Tipo?

– Tipo, um encontro… Francamente, esse encontro eu fiz tudo, eu cozinhei, tinha chocolate, flores e agora a dança. Tá quase perfeito!

– Falta o que para fica ficar perfeito?

– Isso. – Me aproximei de sua boca, nossos olhares conectados, até que ela fechou, era o sinal que precisava. Encostei minha boca na dela, apertei sua cintura e com o tempo ela abriu sua boca, dando total passagem para a minha língua. Quando nossas línguas se chocaram, pensei estar flutuando, Julia tem um beijo doce  e viciante, senti suas mãos se movimentando, saindo dos meus ombros e indo para minha nuca, o carinho dela ao me tocar… Tudo tão magico, meu coração palpitava aflito, minhas mãos desceram até suas coxas. Uma necessidade imensa de tocar sua pele por debaixo daquele vestido, talvez eu estava apressando demais as coisas, mas eu não pararia até ela me pedir. – Eu quero tanto você pra mim. – Disse em tom baixo encarando seus olhos, na esperança de conseguir mostrar toda a minha sinceridade naquelas palavras.

– Eu também te quero. – Julia iniciou outro beijo e já não cabia em mim tamanha felicidade. Aos poucos fui conduzindo-a para o seu quarto, sem parar de nos beijar, batendo em algumas paredes, mas eu não queria perder o contato de nossas bocas. Deitei-a na cama e com toda minha pressa fui tirando minha roupa, enquanto ela me olhava atentamente. – Nossa… Você é tão linda. – Ela se sentou na cama e me puxou para perto, me sentei em seu colo apenas de lingerie.

– Vera não te merece. – Julia abriu um sorriso. – Deixa eu te mostrar quem merece você. – Roubei um beijo intenso, em cada oportunidade mordia seus lábios carnudos, suas mãos que no começo passeavam pelas minhas coxas, agora apertavam intensamente minha bunda. – Tira minha lingerie. – Disse em um sussurro em seu ouvido, ela prontamente atendeu. Com toda a calma ela tirou meu sutiã e se levantou comigo em seu colo, girou e me deitou na cama.

– Meu Deus… – Julia me olhava atentamente e com seu comentário foi impossível não soltar uma risada. – É sério, você é maravilhosa. – Sem perder tempo ela se ajoelhou e se encaixou no meio de minhas pernas tirando minha calcinha. Julia distribuiu beijos em minhas coxas, quadril. Sua boca foi subindo até meus seios onde ela massageava um com toda intensidade e o outro sugava com calma, me causando arrepios… Eu estava perdida em tanto desejo, bagunçava seu cabelo, beijava-a e arranhava seus braços, tentando de alguma forma diminuir tamanho tesão.

– Eu estou em desvantagem. – Disse em protesto. – Deixa eu tirar sua roupa. – Julia parou seus carinhos pelo meu corpo e foi em direção a parede, eu fiquei sem entender. – Onde você vai?

– Apagar a luz.

– Porque? – Julia ficou em silencio, toda encabulada com a minha pergunta, foi então que eu entendi seu gesto. – Julia… Você tem vergonha do seu corpo? – Ela não disse nada, só baixou sua cabeça, me levantei da cama e a envolvi meus braços nela. – Você é linda, você não tem noção de quão bela você é, deixa a luz acessa, quero fotografar você na minha mente.

– Eu não tenho o corpo que você tem. Eu não tenho o corpo das mulheres que você costumava aparecer de mãos dadas no fim da noite.

– Sim, você é mil vezes mais linda dos que qualquer uma delas. Relaxe, desde o momento que eu coloquei meus olhos em você eu te achei extremamente linda e sexy.

– Maya… –  Não deixei ela terminar a frase, tampei sua boca com meus dedos.

– Relaxe. – Desci o zíper da lateral do seu vestido até o final, e o vestido caiu lentamente no chão… Julia me olhava como quem quisesse ler minha expressão facial. – Você é maravilhosa. – Desabotoei seu sutiã e joguei ele longe, aqueles seios fartos, aquela pele macia seus bicos rosados e sua pele completamente arrepiada é um convite e tanto para minha boca, mas eu resisti, peguei em sua mão e a levei para a cama. – Relaxe querida. – Tirei sua calcinha com todo o cuidado, beijei seus pés, subindo com minha boca por todo seu corpo, de um lado para o outro, o cheiro gostoso que vinha do seu sexo me convidava para me apressar no carinho, mas eu tinha uma meta, beijar todo seu corpo. Continuei por sua barriga chegando aos seus seios. As delicadas mãos de Julia passeavam pelas minhas costas, sua respiração acelerada fazia seus seios subirem e descerem, enquanto sugava-os com devoção.

– Delicia… – Julia está perdida em pensamentos e eu em seu corpo, subi com meus beijos até seu pescoço e sua orelha e desci com a minha mão até seu sexo completamente encharcado de prazer. Quando meus dedos tocaram seu clitóris, Julia deu um gemido arrastado, e aquele foi o som da minha perdição. Desci por todo seu corpo e me ajeitei no meio de suas pernas, com a ponta da língua toquei seu clitoris. – MAYA!

– Você é tão gostosa Ju… – Continuei a suga-la enquanto minhas mãos arranhavam suas pernas, fixei meu olhar nela, seus olhos brilhavam e assistiam todos os movimentos da minha língua em seu sexo. – Tão molhada, rebola na minha língua. – Julia fez exatamente o que eu pedi com maestria. Me fez ficar louca, levei minhas mãos até seu seio sentindo seu corpo ferver.

– Maya… Isso é uma tortura.

– Estou amando te torturar. – Continuei a sugar. – Então me diga o que você quer… Me diz.

– Eu quero você. – Julia disse ofegante. – Dentro de mim. – Parei de chupa-la e fui em direção a sua boca.

– Seu desejo é uma ordem. – Coloquei dois dedos dentro dela, seus olhos se fecharam, sua boca se abriu, ela é tão quente, eu iria gozar só de sentir-me dentro dela. – Mmmmmmmm Julia. – Comecei um vai e vem devagar estocando até o fundo sentindo seu corpo tremer. Fui gemendo com ela. Suas mãos apertando meus seios me fisgando pela boca. – Goze pra mim! – O corpo dela tremia, a atmosfera do quarto naquele clima de sexo, nossos corpos suados, suas unhas gravadas em minhas costas enquanto seu corpo se entregava para mim a cada vez que a penetrava com um pouco mais de força. Aumentei o ritmo de meus dedos e meu corpo sobre o dela, não demorou muito para meus dedos ficarem prensados e sentir seu gozo escorrendo.

Seu corpo descansou sobre o lençol e seus olhos que estavam fechados se abriram aos poucos. – Oi. – Dei um sorriso para a mulher mais gostosa do mundo… Do meu mundo. – Você está bem?

– Muito e você? – Suas mãos começaram a fazer carinho pelo meu rosto e arrumar meu cabelo. – Como você está?

– Feliz. – Não havia outra palavra para definir o que eu sentia.

– Cansada?

– Não, tem algum plano em mente?

– Sim. – Julia me colocou por baixo. – Alguém aqui precisa gozar. – Julia estava diferente. Diferente de todas as “Julias” que há dentro dela, um brilho nos olhos e um sorriso carregado de luxuria. Uma mulher confiante e totalmente sexy. Suas mãos percorrendo meu corpo como quem quisesse gravar apenas com o tato cada detalhe dele. – Maya… Maya, você é tão gostosa.

– Nem provou ainda. – Retruquei com um olhar sacana, Julia desceu sua boca até meu sexo e deu uma lambida bem intensa e demorada. – Puta que pariu…

– Tenho certeza que você é. – Ela interrompeu. – E vou te devorar a noite inteira. – Ela se enfiou por entre minhas pernas me sugando com desejo. Meu corpo se esquentou de uma tal forma. É incrível o que a sua língua causa em mim. Quando ela me encara e lambe de modo sensual, descaradamente me suga, aqueles olhos que transmitem desejo e como um jeito que me hipnotiza, eu não consigo não assistir aquela mulher sugar minha alma. Seu dedo me masturbando enquanto ela lambia minha virilha. Eu estou tão sensível que até quando ela respira perto do meu clitoris me faz tremer. – Sente como seu gosto é bom. – Ela me ofereceu sua boca, suguei cada canto da sua boca carnuda, experimentando meu gosto enquanto seus dedos trabalhavam com agilidade sobre meu sexo.

– Seus dedos vão me fazer gozar. – Mordi sua orelha enquanto nossos corpos se encaixavam.

– Vamos gozar juntas. – Julia ergueu minhas pernas, prendeu-as com seu corpo. Senti seu sexo encostar no meu, foi como um choque. Meu corpo se acendeu, ela começou um vai e vem gostoso, meu clitoris e o dela em um toque único e gostoso, nossos olhos conectados, minhas mãos procurando pelo lençol, o orgasmo estava vindo com força, ela aumentou os movimentos. Nosso sexo em um movimento gostoso, rápido e certeiro. – Vamos Maya, me dê seu orgasmo, goze comigo.

– Mmmmmmm, ai meu Deus! – Gozei forte, minhas pernas tremiam, meu corpo inteiro estava adormecido e ao mesmo tempo tão sensível. Me contentei a admirar Julia buscando seu orgasmo, com os olhos fechados e um sorriso no rosto, seu corpo se enrijeceu sobre o meu e seus movimentos pararam, sua boca aberta, o suor escorrendo do seu rosto e seus olhos se abrindo ao poucos. – Linda. – Ela me deu um sorriso tímido, dando lugar aquela Julia tímida e calma. – Tão linda. – Sua boca se aproximou da minha em um beijo demorado.

POV JULIA

Acordei leve, e com uma felicidade tremenda, me dá até um medo de abrir os olhos e ter sido apenas um sonho. Do meu lado não há ninguém, admito isso me frustra um pouco, mas um barulho vindo do corredor fez meu coração pular. É ela, Maya, toda sorridente com uma blusa minha e de calcinha trazendo uma bandeja de café da manhã.

– Bom dia, bela. – Maya me meu um selinho. – Dormiu bem?

– Sim e você? – Peguei o lençol e me cobri devidamente.

– Muito bem, invadi sua cozinha. – Ela colocou a bandeja ao nosso lado e se sentou na minha frente. – Espero que tenha ficado bom, é a primeira vez que eu levo café na cama para alguém.

– Você tem sido muito gentil. – Fiz um carinho em seu rosto.

– É mais do que gentileza… Julia, eu sou apaixonada por você

Ela segurou em minha mão que ainda estava repousada em seu rosto, eu estava gritando de alegria por dentro, por mais que soubesse que aquilo da parte dela talvez fosse coisa de momento.

– Maya, eu também… Mas isso não daria certo.

– Porque acha isso?

– Somos o oposto! Você é famosa, sexy e magra… – Maya tapou minha boca com sua mão.

– E no que isso influencia? Por favor Julia, pare de achar que meu corpo é bonito e o seu não! Seu corpo é lindo e eu posso dizer com conhecimento de causa, todas as mulheres são lindas, todas com a sua beleza e seu jeito.
E daí se tal revista diz que eu sou a mais sexy do mundo? Com qual embasamento? Quem faz essa pesquisa conhece todas as mulheres do mundo? Não, eles não conhecem, e provavelmente são ligados a padrões que não me interessam… Julia eu senti algo por você desde a primeira que te vi… Foda-se a sociedade e os padrões que ela impõe, eu quero você. – Maya segurou em minha mão. – Você me quer?

– Quero.

– Então está decidido! – Maya me roubou um beijo, beijo que eu julguei ser breve, mas ele foi só a pólvora, para a nossa segunda vez.

– Maya, assim a gente não vai tomar café!

– Deixa o café pra depois…

 

Continua…

Já leu?

Parte 1

Parte 2 

Parte 3

Parte 4 

Parte 5

Parte 6

Parte 7

Parte 8

assinatura paula okamura.fw

6 thoughts on “Improvável – Parte 9

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  6. Ana Luisa Jesus Boa Morte says:

    É compreensível o medo da Júlia infelizmente a sociedade adora padronizar as coisas, é por isso que cria um sentimento de insegurança em tantas outras mulheres e até mesmo em homens e é por essa e outras situações que devemos aprender a valorizar quem somos independente do que os outros pensam.

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