MENINA – PARTE 8

POV ELISA.

A saudade de Sofia aperta. Eu queria poder estar do lado dela o tempo todo como aquele tonto do Caio está. Ela mandou uma mensagem dizendo que me ama, eu queria dizer o mesmo, mas travei. Queria conversar com ela sobre, até porque eu acho que sinto a mesma coisa, porém, eu travei.

Clarice foi eficiente, conseguiu falar com o Drº Felipe, ele confirmou que o contrato era que a empresa é metade minha e metade de Carla, porém, eu entrei com um pedido para que eu possa analisar o documento. E para a minha surpresa, no documento “atual” documento este que eu não tinha o conhecimento, Carla é dona de 70% na lei, de toda empresa, cabendo a mim apenas 30%.

Eu não estou brava, eu estou furiosa. Contratei Drº Felipe para que pudesse me defender, pois vou processar Carla por falsificação da minha assinatura, roubo e mais outras coisas. Ela vai receber uma intimação em sua casa, quero que ela venha nervosa falar comigo, quero muito falar umas verdades para ela.

POV SOFIA.

Faz três semanas que não encontro com Elisa, nos falamos todas as noites, eu não me arrependo de ter escrito que a amo, mesmo recebendo o silêncio em troca.

Estou na casa de Nanda, vim assistir filme com ela, fazer esses programas de gente desocupada. Já faz quase um ano que voltei para o Brasil, pretendia passar apenas seis meses, mas tem alguém que me prende, não quero ficar distante de Elisa.

– Entre. – Nanda autorizou a entrada de sua empregada.

– Desculpe atrapalhar, mas Sofia, seu namorado disse que está a sua espera.

– Namorado? Eu não tenho namorado, quem é? Você sabe o nome?

– Sei sim, é o Caio.

– Cara de pau, eu nunca fiquei com ele.

– Mas não é segredo para ninguém que ele fica te rodeando como um urubu rodeia a carne – Nanda retrucou.

– Bom, vou indo preciso falar sério com o Caio. Até logo, meninas.

– Até mais, amiga.

Desci correndo, tamanha a minha raiva. Caio está passando dos limites.

– Oi, princesa!

– Vamos conversar lá fora, por favor Caio. – Ele me seguiu em silêncio e se sentou ao meu lado no banco. – Caio, que história é essa de falar que eu sou sua namorada?

– Eu só externei um desejo meu… Mas você não quer. – Ele fez uma cara triste (fazendo charminho).

– Exatamente Caio. Eu não quero.

– Foi uma brincadeira, gata. – Ele colocou o braço em volta.

– Pois bem, pare de brincar. Eu não te dei tal liberdade.

– Desculpa. Vamos embora?

– Como assim?

– Vim te buscar, ví que você deu cheking aqui e pensei que você queria carona, porque está sem carro.

– Obrigada, Caio. Mas eu não vou aceitar sua carona desta vez.

– Ah, Sofia! Qual é! Me desculpa… Entra no carro.

– Não, Caio. Por favor não insista, eu prefiro pegar um taxi. – Ele entrou no carro nervoso e abriu a porta do lado do passageiro.

– Entra.

– Caio, eu sei exatamente o que você quer comigo. Mas eu não posso, eu não quero.

– Só pode ter algo de errado com você! Eu te mando mensagens no whats e você sempre visualiza, Sofia. Nunca nenhuma mulher me tratou assim… Você caga para mim! E eu tenho sentimentos por você! Eu não quero só transar com você. Eu penso em algo sério com você.

– Caio. – Me aproximei do seu carro. – Eu sei, mas não vai rolar. Eu sou lésbica e eu estou gostando de uma pessoa, de uma mulher para ser bem mais clara com você.

– Não aceito isso. Você ainda vai ser minha, Sofia. – Caio ligou o carro e arrancou em alta velocidade com ele, espero que ele entenda e me esqueça.

Chamei um taxi e fui para casa, voltar para o inferno, desde que Elisa processou minha mãe, ela está insuportável. Grossa comigo, com o Ricardo e até mesmo com Dora. Eu senti vergonha da minha mãe, senti vergonha de ser filha dela. Ela roubou aquela que sempre foi amiga dela. A que ergueu uma empresa com ela, e isso não é de agora.

Elisa achou registros que desde 2003 minha mãe é dona da maior porcentagem da empresa. Inclusive, ela fez um esquema sujo com o contador e administrador, o Evandro, onde ela recebia muito mais por mês do que Elisa.

POV CAIO.

Eu não aceito sair perdendo nessa, não mesmo. Sofia gay? Nunca! Vou conversar com a mãe dela, sei que ela vai me ajudar, eu vou ter Sofia. Nem que seja uma única vez.

– O que te traz aqui, meu bom jovem?

– Obrigado por me receber, Carla… O que me traz aqui é a sua filha. Tenho um assunto delicado para tratar com você.

– Sou toda ouvidos.

– Não é segredo para ninguém que eu gosto da sua filha, que eu quero uma chance de fazê-la feliz. Mesmo que nunca tenha conseguido um beijo dela, eu me atreveria dizer que a amo.

– Não seja idiota Caio, esse tempo todo você não conseguiu beijar minha filha? Sejamos francos, você não a ama, apenas quer transar com ela.

– Quem sabe dos meus sentimentos sou eu, eu afirmo, eu amo sua filha. Porém ela me disse algo que me entristeceu, ela disse que é gay e gosta de uma mulher.

– ELA O QUE? – Carla gritou com os olhos pegando fogo.

– Exatamente isso que acabou de ouvir.

– Eu não aceito! – Carla bateu as mãos na mesa. – Pelo amor de Deus o que está acontecendo com a minha vida? Primeiro Elisa surta e me processa e agora isso!

– Elisa está te processando por que?

– Não te interessa. – Ela apontou o dedo para mim. – Minha filha não é gay! Ela não pode ser!

– Eu faria tudo para ela não ser, mas ela é.

– ELA NÃO É! Caio, você faria tudo para Sofia gostar de homem?

– Claro! Principalmente se esse homem fosse eu.

– E pode ser, basta você ser eficiente.

– Como assim?

– Isso é falta de um homem, um homem que a pegue de jeito…

– A senhora está sugerindo que eu abuse da sua filha?

– Ora, que drama! Não é abuso, você apenas vai forçar a primeira transa, tenho certeza que a segunda ela já vai querer mais… Você é bonito.

– E se ela chamar a polícia ou alguém ver?

– Dinheiro cala a boca de qualquer um nesse país, e ela não vai chamar a polícia, eu não vou deixar ela denunciar e se ela o fizer mesmo assim, eu digo que ela está louca.

– Meu Deus.

– Não coloque Deus no meio disso. Então, Caio, vai ter coragem e ser o homem que minha filha precisa?

– Terei.

– Ótimo, esse fim de semana vou com ela e o Ricardo para minha casa de campo em Petrópolis. Te passo o endereço e a chave, a noite você vai e faz o combinado.

Saí daquela conversa pensativo, seria um estrupo? Não, não seria, afinal a mãe dela consentiu. Eu preciso me concentrar e fazer o melhor. A mãe dela tem razão, se ela gostar, ela vai me procurar no próximo.

Se passaram três dias, já é sábado, são mais de onze horas da noite, estou a caminho de Petrópolis. Carla fez uma cópia do portão da frente e da porta da cozinha e me entregou. Ela me disse que só Ricardo, ela e Sofia estão em casa. Espero todo mundo dormir, entro, vou direto ao quarto de Sofia, e faço o que precisa ser feito.

Mandei mensagem de texto para Carla, estacionei meu carro escondido, já estou dentro da mansão, sei que o quarto de Sofia é o segundo do lado esquerdo do corredor do segundo andar. Abri a porta, as luzes do abajur estão acessas, Sofia dormindo como um anjo. Tão linda…

Tirei meu short sem fazer barulho, minha camiseta e tirei o lençol que a cobria.

– Caio? – Droga, ela acordou, tampei a boca dela correndo, ela começou a se debater na cama. Senti seus olhos percorrendo com pânico meu corpo.

– Sofia, Sofia, que camisola linda, hein princesa¿ levantei sua camisola, apertei os seios dela. – Ela começou a se debater na cama e a chorar. – Quietinha princesa! Vou te ensinar a virar mulher de verdade. Vou te ensinar a gostar de cacete, vou meter em você tão gostoso que depois você só vai querer o Caio aqui. Vou enfiar até minhas bolas nessa boceta lisinha. – Tirei sua calcinha.

– SOCOOOORRO. – Ela mordeu minha mão.

– Cala a boca! – Dei um tapa.

POV RICARDO.

Acordei com um grito de Sofia, Carla estava mexendo no celular, tranquilamente.

– Amor, você ouviu um grito?

– Não.

– Eu ouvi claramente o grito de Sofia. – Me levantei da cama.

– Onde vai?

– Ver se ela está bem.

– Não precisa, volte a dormir. – Quando estava voltando para a cama, escutei outro grito mais alto de Sofia. Sai em direção a porta. – Ricardo, venha aqui! É Caio que está com ela, ela precisa aprender a gostar de homem.

– Você é um monstro, Carla!

Sai correndo do quarto em direção ao quarto de Sofia, Caio estava lutando com ela. O peguei pelas costas e dei um soco em sua cara.

– Fique longe da minha filha! – Ele caiu batendo as costas contra a parede. Sofia chorava descontrolada. Ele tentou fugir, mas o segurei  imobilizando e trancando-o no banheiro de Sofia. Fui em direção a ela e abracei-a apertado. – Calma filha, já passou.

– Ele ia abusar de mim, Ricardo!

– Não vou deixar ele chegar perto de você nunca mais, eu prometo. – Peguei meu celular e disquei 190 solicitando a polícia.

– Que besteira é essa que você está fazendo? – Carla entrou no quarto.

– Besteira? Me diga você, Carla! Sua filha sofrendo um estrupo e você calma no outro quarto!

– Fui eu que pedi para o Caio me fazer esse favor, cadê ele?

– Trancado no banheiro! E ele só vai sair de lá quando a polícia chegar.

– Mãe…  – Sofia se levantou e foi em direção de Carla. – Você sabia que ele ia tentar abusar de mim?

– Sabia. Você falou para ele que você é lésbica! Eu jamais iria aceitar isso! Ainda disse que está apaixonada por uma mulher… Que nojo!

– E estou! Eu sou lésbica, sim! E amo uma mulher, sim! Eu amo Elisa!

 

Continua…

Penultima Parte

Já leu?

Parte 1

Parte 2

Parte 3 

Parte 4

Parte 5

Parte 6

Parte 7

assinatura paula okamura.fw

2 thoughts on “MENINA – PARTE 8

  1. Pingback: MENINA - PENULTIMA PARTE -

  2. Ana Luisa Jesus Boa Morte says:

    NOJO… É só o que consigo sentir de uma mulher que foi capaz de planejar um estupro para a própria filha, meu Deus eu achando que a maldade do ser humano não pode ir mais longe. A Elisa processá-la é pouco comparado ao que ela merece, e esse desgraçado do Caio tem que apodrecer na cadeia.

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