Mil Borboletas – FINAL

– Você é incrível. – Eu disse, ainda boba com o que ela tinha preparado.

– Você merece coisa melhor, Holly… Mas foi o que deu para fazer. – Ela disse toda tímida.

– Para, amor! Você é a melhor coisa que me aconteceu, você é mais do que eu mereço ter. Eu sou tão sortuda por você ser minha. Minha noiva.

– Vamos brindar a sua formatura. – Ela sorriu abrindo a champanhe.

– Vamos brindar a minha formatura, a nossa casa, a nossa vida que só está começando. – Corrigi-a. – Vamos brindar a vida meu amor, uma vida só começando.

– Só começando. – Brindamos.

– Amor? – Chamei sua atenção, terminei de beber minha taça. – Hoje te falei que você está muito gostosa? – Ela ficou tímida. – Você agora está da cor do seu vestido.

– É… Eu fico vermelha fácil. – Sem demora ataquei-a pressionando na parede. – Opa!

– Será que tenho direito de te pedir mais algo de presente, hoje? – Deixei minha voz o mais sensual possível.

– Peça, Holly.

– Me dê você de presente?

– Eu já sou sua.

– Humm, eu sei. – Disse baixinho em seu ouvido, enquanto acariciava a lateral do seu corpo, até achar o zíper do seu vestido. Achei e puxei. Comecei a acariciar seu corpo, olhei e vi apenas uma calcinha da mesma cor do vestido. – Tira seu vestido. – Ordenei e assim ela o fez. – A calcinha. – Disse firme e ela fez. – Deita ali. – Apontei para cama e ela foi em silêncio.

– Meu Deus, como o seu olhar muda quando está com tesão… Parece um leopardo faminto.

– Acredite, meu bem, eu estou. Quando o assunto é você, eu sempre vou estar com tesão. – Comecei a tirar a minha roupa sendo observada atentamente por ela. – Gosta do que vê?

– Muito.

– Vai gostar do que vai sentir também. – Me inclinei beijando sua boca. – Dizem que tomar champanhe assim é muito bom, acho que podemos tentar. – Peguei a garrafa e derrubei um pouco do liquido em sua nuca, suguei com vontade, senti o corpo dela se arrepiando. – Delicia… Posso imaginar como ficará melhor aqui. – Peguei e derramei um pouco no bico do seio direito. Suguei com vontade de maneira lenta. Ela gemeu com o gesto e apertou minha boca mais em seus seios. – Tá gostando, amor? – ela não disse nada. – Deixa ver se está mesmo gostando. – Larguei a garrafa e coloquei meus dedos em seu sexo úmido. – Acho que está amando, não é? – Ela sorriu. – Acho que sei onde vou terminar de tomar essa garrafa. – Disse, e ela mordeu os lábios. – Vou sugar você inteira. – Me posicionei entre as pernas dela, derramei o liquido em cima do seu clitóris e suguei. – Ela gemeu com vontade, senti seu corpo começar a tremer. – Não goze ainda, amor, quero beber mais champanhe em você.

– Eu… Eu . – Derramei mais liquido. – PORRA, HOLLY! – Comecei a lamber devagar sentindo o tesão percorrendo meu corpo. – Me chupa! Não para, Holly! – Ela pediu suplicando, eu não resisti, larguei a garrafa vazia de um lado e me afundei em suas pernas, sugando com vontade, fazendo Dianna gritar e gemer.

Senti sua mão apertando meu cabelo, forçando mais minha língua em sua abertura. Ela gozou lindamente em minha boca, jamais vou me cansar desse gosto. O gosto da minha mulher.

Subi pelo seu corpo, sentindo Dianna ainda tendo espasmos, me segurei para não ataca-la novamente. Ela me beijou com vontade, senti suas mãos em minha bunda.

– Hoje você vai apanhar, Holly… Vai suplicar por mim. Ah vai! – Quando dei por mim, ela estava por cima, me olhando de um jeito travesso.

Ela foi rápida e pegou um faixa que meu vestido tem, segurou meus braços e os juntou amarrando em seguida. Sem aviso nenhum começou a me chupar, sua língua passando com rapidez no meu sexo, me fazendo arfar, eu preciso toca-la ela sabe que tenho essa necessidade. O castigo maior com certeza é estar presa.

Senti meu corpo esquentar, um tornado se fazer presente na minha barriga, eu estou prestes a gozar e do nada ela parou.

– HAM? O QUE? NÃO PARA! – Me debati.

– Quietinha, só vai gozar quando eu quiser. – Ela me deu um selinho.

– Amor!

– Oi, meu amor… Não grita tanto, temos vizinhos, nem mudamos e já vamos incomoda-los? Isso não é bom. – Ela disse de jeito divertido. – Adoro te ver emburradinha.

– Te odeio.

– Te amo. – Ela sugou minha orelha bem devagar, senti suas mãos massagearem meus seios. – Holly… Tão gostosa.

– Amor… Eu vou explodir de tanto tesão.

– Shiiiiu. – Ela mordeu minha boca, o lábio inferior, sua mão maltratando o bico dos meus seios.

– AMOR!

– Sabe, você tem muita sorte… Eu não sou tão boa em torturar, ainda mais você. E a minha vontade de te foder é maior do que tudo. – Ela me pegou e colocou-me no seu colo, e me fez sentar em seus dedos. – Tão molhada, tão quente… Tão apertadinha, meu amor. – Sua língua percorrendo meus ouvidos me fazendo arrepiar. – O que você quer, amor?

– Vo… Você. – Disse até gaguejando.

– Eu estou aqui.

– Eu quero você, me… Fode. Me fode. – Supliquei.

– Assim? – Ela deu um estocada forte e depois parou.

– AMOR!

– O que, amor? Te perguntei se era assim e você não me falou nada.

– É ASSIM! É ASSIM, SIM. CARALHO! ME FODE, PORRA!

– Já que insiste. – Ela disse com um tom carregado de luxuria. – Toma – Ela começou a me foder com vontade, com força, com desejo gemendo e estocando sem parar.

Seus dedos entravam e saiam com tamanha facilidade, me causando dor e tesão pelas estocadas fortes. Sem força alguma, me rendi e parei de forçar meu corpo para cima e para baixo, deixei por conta dela… E ela dá conta com maestria total. Ela sabe onde tocar, como tocar e isso me deixa louca, eu já não impeço meus gritos e gemidos saírem altos da minha boca. Eu quero que o mundo inteiro escute.

POV DIANNA

Gozamos juntas, foi impossível não gozar com aquela sensação de completo poder e dominação do corpo de Holly. Ela se desmanchou em meu colo, seu corpo tremendo, respiração pesada. Peguei-a com cuidado, era a hora de dar carinho. Desamarrei suas mãos, fiz um carinho em seu rosto e me deitei do seu lado, puxando-a para mim.

– Está bem? Te machuquei? – Perguntei preocupada.

– Estou bem, apenas sem folego.

– O dia já está amanhecendo, quer dormir um pouco aqui? Ou quer ir para casa?
– Bom, quero ficar aqui, na nossa futura casa, até porque ainda não sinto minhas pernas direito. – Ela disse me fazendo rir. – Só que estou com um pouco de frio.

– Tudo bem, trouxe cobertor… Vou pegar ali, já volto.

– Está bem. – Voltei correndo a cobri e me juntei a ela ficando em silêncio esperando o sono tomar conta de mim. – Amor.

– Oi.

– Essa será a nossa casa, vamos nos casar… Já pensou na importância disso?

– Já, meu pai dizia que casamento é a maior loucura que alguém pode fazer, é a maior aventura, mais do que pular de para quedas ou ir para uma guerra… Eu quero viver a maior loucura da minha vida ao seu lado, Holly.

– Eu também não tenho dúvidas que a única pessoa no mundo que eu quero passar o resto da minha vida é com você, Di. – Sorri para ela que logo me deu um selinho e bocejou.

 

– Agora durma, mocinha.

POV HOLLY

Seis anos depois.

– Amor, vamos? – Gritei pela minha esposa que está trancada no quarto.

– Calma amor, estou indo.

Resolvi me sentar, sei que vai demorar mais uns dez minutos.

Depois de um ano do pedido de casamento feito, nos casamos com tudo que tínhamos direito. Véu, grinalda… Viagem para Las Vegas. Montei minha agencia de publicidade. No começo, como todo começo, não foi nada fácil. Mas hoje é meu xodó maior e tenho me saído muito bem, eu e meus seis colaboradores.

Meus pais continuam se amando e se amando. Espelho neles para viver um casamento bom. Claro que tem as brigas, desentendimentos e divergências de opiniões. Mas, eles passaram por isso. Como eles mesmo dizem, casamento perfeito não existe e se existir… Não quero, deve ser muito chato.

E o meu casamento é assim, imperfeito e perfeito pra mim. Quando fizemos três anos de casadas, viajamos para Paris, foi lindo e lá conversamos muito sobre filhos. Dianna disse que quando formos ficar grávidas a barriga será dela, pelo menos no primeiro.

Eu sou louca por crianças, fico toda besta e ela também. Eu já me manifestei várias vezes sobre querer ter um filho. Mas ela sempre desconversava sobre, e quando a obriguei conversar sobre o assunto ela se disse ainda não estar preparada para ser mãe, independente de gerar a criança ou não.

Obviamente não fiquei nem um pouco feliz com a resposta, brigamos depois ficamos dias sem se falar, ela até ficou hospedada por uns dias em um hotel… Mas é amor. Não adianta, eu não me vejo dando um passo sem ela do meu lado, então, conversamos decidimos continuar, é um exercício de paciência continuo, faz dois anos e até agora nada… Enquanto isso eu fico gritando internamente que quero ser mãe.

Dianna se formou em psicologia, se especializou na área comportamental criminal… Ela é psicóloga forense, é um trabalho exaustivo, complicado, de grande importância, afinal ela analisa suspeitos e culpados pelos crimes mais bárbaros.

Hoje é um dia muito especial, faz um ano que a guerra oficialmente acabou.

Os que sobreviveram, estão no conforto de suas casas… Claro que, quando Dianna voltou, muito sangue já tinha sido derramado, imagino se forem somar isso hoje… Enfim, guerra é uma merda.

Hoje terá um evento na sede do exército aqui em Nova York, onde soldados e soldadas vão receber medalha de honra ao mérito, receber homenagens e posar para fotos… Familiares que perderam seu ente querido também estão convidados e representaram quem se foi. Não tenho dúvida que será emocionante.

Como eu sei?  Josh receberá a medalha no lugar de Fred.

Quem é Josh? O filho de Fred com a Ashley. Assim que ela se formou, ela fez a inseminação, o médico disse para ela não criar expectativas, que geralmente é na quarta vez que o ovulo é fertilizado… Mas, no caso dela foi de primeira.

Tenho certeza que se Fred estivesse aqui, ele diria o quão bom ele é inclusive os espermatozoides dele.

A família dela e a família dele deram total apoio, porém moram em outra cidade, Ashley se apegou a nós e nós duas a ela de uma tal forma que, em todos os exames, Dianna e eu íamos com ela.

Nós fomos as primeiras a ver Josh se mexendo na barriga dela. Assistimos o parto, uma de cada lado, segurando a sua mão, já que o parto foi natural.

Josh é a cara do Fred, vendo fotos do Fred na mesma idade nem dá para saber quem é quem… Chega a me dar arrepios, são absurdamente idênticos.
Somos as tias dele, e Dianna fica extremamente boba quando o garoto está perto… Ela chega a mimar o menino tanto que Ashley diz que Dianna até estraga a criança.

Mandaram fazer uma farda de honra no tamanho do menino, deve estar a coisa mais fofa do mundo. Logo cedo ele me ligou todo animado porque está vestido como o papai dele. E durante toda semana, ele fez questão que Dianna fosse vê-lo e contar como ele deve se comportar, treinar, quais gestos ele deve fazer. Tudo isso, porque ele quer agradar o pai dele que virou uma estrelinha.

– Pronto. – Dianna surgiu sem avisar. Fiquei boba quando a vi. É tão bom quando mesmo com anos e anos de convivência, a gente olha para o nosso par e ainda perde o ar. Só de ver. E se pega boba admirando.

– Nossa. – Foi a única coisa que consegui dizer ao ver minha esposa de salto alto, saia lápis de cintura alta na cor bege, brincos de perolas e blusa verde musgo.

– Ficou bom? – Ela disse sorrindo, obviamente percebendo minha cara de idiota. Eu realmente nunca vou me acostumar com a beleza dela… Nunca.

– Você está maravilhosa, meu amor! – Roubei um beijo dela. – Estou orgulhosa de você.

– Eu admito que eu também estou. Agora vamos, não quero deixar Josh e Ashley esperando.

– Sim, capitã!

POV DIANNA

Chegamos no local que está lotado de gente, fiquei procurando por Josh, mas ele foi mais esperto e nos achou, veio correndo no meio de todos.

– TIASSSS. – Ele pulou com tudo no meu colo.

– Oi, meu lindo! – Dei um beijo na bochecha dele. – Como você está bonito!

– Olha tia Holly, eu e a Tia Di temos roupas iguais, só que a dela tem saia.

– É verdade, Josh! Você está muito bonito. – Holly deu um beijo no garoto.

– Bigadu, até passei gel no cabelo. – Ele disse todo orgulhoso de si.

– Vem no meu colo um pouco vem. – Holly tomou ele dos meus braços. – Vamos até sua mamãe.

– Josh! Já falei que não pode soltar a mão da mamãe! – Ashley o repreendeu.

– Diculpa, mamy . – Ele fez biquinho. – É que vi as tias.

– Tudo bem, meu garoto. – Ela deu um beijo nele. – E ai meninas, como vão as coisas?

– Bem e você?

– Muito bem… Você está linda, Dianna.

– Obrigada, Ashley!

– Ora ora, mas se não é a capitã Dianna Thompson.

– Sargento!  – Fui abraça-lo, mas lembrei das normas do exército e bati continência.

– Sinta-se à vontade capitã, pode me dar um abraço. – Ele disse sorrindo. Ele olhou para baixo com um sorriso no rosto, quando também olhei era Josh com o peito estufado, cara de mal e batendo continência. – Ei soldado, qual seu nome?

– JOSH, SENHOR! – Começamos a rir do jeitinho dele, ele está levando esse dia muito a sério.

– Seu filho, capitã? – O Sargento se agachou para ficar da altura dele.

– Não senhor, filho do Fred. – O sargento me olhou com espanto.

– Onde está a mãe desse jovem soldado? – Ele sorriu.

– Sou eu, sargento. – Ashley se manifestou.

– Sinto muito pelo Fred, mas, em compensação você tem um homem corajoso do seu lado.

– Sim, meu filho é um super-herói. – Ela sorriu para Josh que abriu um sorriso tímido. Assim que percebeu que estava sendo observado, voltou a sua cara fechada.

– Soldado, Josh… Pode descansar.

– Obigadu, senhor.

– Nos vemos lá em cima na entrega das medalhas, está bem?

– Sim, senhor. – Eu e Josh respondemos juntos.

– Fui bem, tia? – Ele me olhou curioso.

– Muito bem, não se esqueça se não souber o que fazer… Me olha e me imita, ok?

– Sim, tia… Me dá colo? – Peguei ele. – Quero fazer tudo certinho tia. Quero que o papai me veja lá do céu e tenha orgulho de mim. – Foi impossível não ficar sensibilizada, todos ao redor com os olhos marejados.

– Vamos tirar algumas fotos, gente! – Holly chamou nossa atenção.

Depois das fotos, os pais de Fred chegaram, desmancharam a chorar quando viram o Josh fardado, encheram o menino de presente e abraços.

Depois de quase uma hora de espera, fomos chamados para subir no palco, 129 soldados e representantes, todos eles ali ou parentes deles.
Josh é a única criança, o que fez todo mundo suspirar ao vê-lo na fila.

Fizemos uma fila indiana para irmos conforme formos chamados, eu estou na frente dele e escuto ele conversando baixinho, tento prestar atenção, o que é um pouco difícil porque sempre batem palma quando falam o nome de alguém.

Anunciaram meu nome, caminhei calmamente porem firme até a minha posição, olhei para plateia meus sogros e Holly junto com Ashley me aplaudiam de pé.

Quando me posicionei olhei para Josh, ele era o próximo.

– Soldado Frederick Miller in memoria, representado pelo seu filho Josh Miller.

A multidão levantou para aplaudir o menino que começou a andar com toda postura até o seu local, sem olhar para plateia.

Ele parou em frente da caixa que ele teria que subir para ficar a nossa altura.

– Tia… – Ele me chamou sem jeito, nem precisou terminar de falar nada, peguei-o no colo e coloquei em cima da caixa. – Bigadu tia, somos do mesmo tamanhão agora.

– Isso aí garoto.

Esperamos atentamente todos ficarem em suas posições.

– Hoje é um dia muito especial, é um dia onde esses 129 heróis e heroínas de Nova York, vão receber nosso agradecimento público, honras e medalhas pelo serviço prestado a todo uma pátria. Infelizmente, nem todos os homenageados então aqui presentes de corpo… Suas vidas se ceifaram lutando por nosso país, mas, estão devidamente representados e me atrevo a dizer, que estão orgulhosos de quem os representa nesta tarde. Vamos agora, ao hino americano.

Todos colocamos as mãos no peito para cantar.

– SOLDADOS!

– SIM, SENHOR. – Batemos continência, e Josh fez o mesmo.

– Vocês são heróis! Nosso país deve muito a vocês, vou passar em um por um e vou lhe entregar simbolicamente o que vocês merecem, pois jamais, será suficiente todo agradecimento e honra.

O sargento foi passando falando um por um, como ele está com um microfone acoplado, era possível ouvir. Eu e Josh estamos entre os cinco últimos da fila

– Josh. – Chamei sem ser atendida, a criança estava concentrada. – Josh!

– Oi, tia.

– Depois que entregarem as medalhas, tá vendo aqueles caras ali, são soldados armados, provavelmente eles vão soltar muitos tiros para o alto… Não precisa chorar, ficar com medo ok? É normal.

– Tá bom, tia.

O sargento foi se aproximando de Josh calmamente com um sorriso no rosto, o garoto ficou olhando meio assustado.

– Soldado Frederick Miller representado por seu filho, Josh Miller… Eu lutei ao lado do seu pai, ele foi um homem maravilhoso. Corajoso, ajudou muitas pessoas incluindo crianças. Tenha muito orgulho de ser filho dele, entendido? – Josh afirmou com um gesto. – Você será condecorado agora com três medalhas muito importante. Vou prega-las no seu peito como um broxe, não irá doer eu prometo. – Primeira medalha, de combate, segunda medalha de membro do esquadrão e por último medalha de honra. Parabéns Josh, parabéns pelo seu pai e que você seja um grande homem e que cuide de todos ao seu redor como ele sempre fez. – Entendido garoto?

– SIM, SENHOR! –  Josh bateu continência seguido pelo sargento.

O sargento me olhou e bateu continência para mim.

– Capitã Dianna Thompson, tive a honra de lutar ao seu lado. Mais do que isso, tive a honra de ver a sua evolução. Sei que já te disse isso, mas, preciso externar, não achei que você duraria nem a primeira semana em solo de combate. Mas você calou minha boca, venceu seus medos, venceu os obstáculos, teve foco, fé, força, técnica e muita garra. Você salvou inúmeras vidas, tanto de colegas seus, como de civis inocentes que estavam no lugar errado e na hora errada por um azar. Tive o prazer de te comandar, e não tenho absolutamente nada seu a reclamar, e quando teve seu coração partido, quando perdeu seu melhor amigo. Amigo não só de guerra, mas de uma vida inteira, você se manteve forte até deixar todos os sobreviventes em segurança… Sua lealdade e amor ao próximo fizeram você se tornar capitã, hoje você recebe além dos meus profundos agradecimentos e do nosso país, as medalhas de formação de guerra, de conselho militar, líder de esquadrão, capitã de equipe, capitã de combate e medalha de honra. – Todos me aplaudiram, ele bateu continência e foi para o próximo.

O resto da cerimônia foi tranquilo, os tiros não assustaram o Josh, depois foi oferecido um jantar para todos ali presentes, me sentei na companhia de Josh, Ashley, meus sogros e Holly.

Josh insistiu tanto para sair tirando fotos, Holly queria ir, mas a convenci a ficar.

– Suas medalhas são lindas, amor. – Holly passou a mão pelas minhas medalhas.

– É, também achei bonito.

– Precisa guardar tudo com carinho, no consultório ou no escritório de casa?

– Acho que no escritório de casa é melhor. – Disse e ela concordou com um gesto. – Amor. – Chamei sua atenção.

– Hum. – Ela estava comendo cachorro quente. – O que foi. – Limpou a boca.

– Eu vou dar uma desacelerada no trabalho.

– Não se sente bem? – Ela me perguntou preocupada.

– Não é isso, eu só… Bom, quero ter um tempo.

– Algo que eu ainda não sei?

– É… Digo, o ano já está na metade, eu gostaria de no início do ano que vai vir… eu quero ter um filho, o nosso filho. – Confessei, Holly ficou espantada sorrindo com os olhos marejados. – Amor! Não chora. – Tomei-a nos meus braços, foi o mesmo que pedir para ela chorar mais. Ela desabou. – Eu sei, eu sei o quanto você quer um filho e eu também quero, quero muito, não tem porque esperar mais. Eu me sinto preparada.

– Vamos ser mães, meu amor? – Ela está visivelmente emocionada.

– Vamos sim querida, vamos ser mães.

– Eu te amo muito! Muito mesmo. – Ela me roubou um beijo apaixonado.

Um ano depois.

Ficar grávida é algo lindo? É.
Você é paparicada o tempo todo? Sim.
As pessoas te empurram comida, trazem tortas, bolos e salgados? Sim.

Mas é também desconfortável. Ainda mais sendo de dois. Pois é, estou grávida de seis meses de dois belos meninos. Achei que Holly ia desmaiar quando o médico disse que seriamos mães de dois.

Ela me mima muito, ela brinca todos os dias com a minha barriga, me entope de comida diz que preciso comer por três.

Ela é linda, nem em mil anos eu poderia imaginar que o meu primeiro amor, a que me ensinou o que é amar e como amar, que depois de tudo, de guerra, de distância, de intrigas e ciúmes, nós sobrevivemos, nós estamos aqui, de pé, firmes uma do lado da outra, fazendo o que sabemos fazer de melhor:  Cuidar. Amar. E somar.

Ela era uma, eu também, nos tornamos duas e agora seremos quatro… Que no fundo significa ser um só. É uma conta estranha, que no papel pode até não fazer sentido algum, mas na vida, na minha vida, faz todos os sentido.

É tão bom beijar alguém mesmo depois de anos e anos de convivência e ainda sentir a mesma sensação do primeiro beijo. Sentir aquelas borboletas. As mil ou mais de mil.

Se tem uma coisa que eu aprendi com o tempo, é que todos, absolutamente todos nós, enfrentamos guerras. Umas em campos de batalhas, outras internas mesmo.

Mas tudo fica mais fácil quando se tem alguém para contar. Alguém para amar.  Eu desejo verdadeiramente que todo mundo consiga vencer suas guerras internas. Que todo mundo se aceite, que todo mundo respeite o próximo. Eu desejo amor e vida longa aos meus. Desejo liberdade e paz.

Desejo que Josh continue tendo esse carinho e esse amor pelo pai.
Desejo que meus filhos lutem, lutem diariamente pelo o que eles acreditam, que lutem por aquilo que amam.

Desejo que todo ser humano possa ser livre, ter asas como borboletas.

 

Fim!

assinatura-paula-okamura-fw

3 thoughts on “Mil Borboletas – FINAL

  1. Viinha says:

    Uma amiga me falou desse site, ela disse que foi a segunda vez,juro que não me lembro da primeira,e fez de cedo estou lendo esse conto,e aí chegar do trabalho voltei a ler, me apaixonei pela história e fiquei encantada pelo site, parabéns e obgda por compartilhar essa história incrível….. Bjos

  2. Luciene Soares says:

    Amei o conto! Emocionei por várias vezes, sorrir muito, fiquei realmente encantada com a história das duas personagens. Parabéns, Paula Okamura! Vc foi brilhante!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Time limit is exhausted. Please reload CAPTCHA.