Dois mês depois.
“As definições de inferno foram atualizadas.”
Essa frase faz tanto sentindo… Continuo morando na garagem, minha mãe (que não gosta que a chame assim), não me deixa mais entrar em casa, sendo bem sincera eu nem tentei entrar. A ví poucas vezes, e sinto tanta raiva em seus olhos, sinto que se um dia ela tiver oportunidade ela até me mataria.
Mas, nada me mata mais do que ver como meu pai está triste com a postura dela. Como ela não tem acesso a mim, as vezes ouço daqui as brigas dos dois e como ela o culpa por eu ser uma aberração. Ele tenta não passar nada disso para mim, sempre me trata com carinho e com muito amor. Temo pelo casamento dos dois, sempre achei que seria para sempre. Desde daquela noite ele tem dormido no sofá.
As coisas na escola mudaram também. Hoje eu sou assunto, devido à grande suspeita deles sobre minha sexualidade. Algumas garotas se afastaram com medo de serem rotuladas. A maioria fala de mim pelas costas, ou os mais corajosos falam na cara, me zoam na sala. Eu não ligo. Fico em silêncio. Eles dizem que eu e Debora somos um casal, ela incrivelmente não se importa. Não dá a mínima. Me abri para ela, contei tudo inclusive a minha situação aqui em casa, eu precisava falar com alguém e ela se mostra muito legal comigo. E desde então ela tem me dado muita força. A garagem nem parece mais uma garagem e sim uma mini casa, graças a ela, que em um domingo de tarde, trouxe TV, DVD e uma mini geladeira, tudo isso ela conseguiu emprestado por tempo indeterminado.
Quando conversei com Amanda aqui em casa, eu não tinha essa visão que Debora poderia estar dando em cima de mim. Hoje eu tenho plena consciência disso, até porque ela disse que sente atração por mim.
Debora é linda, fiquei totalmente lisonjeada.
Mas, meu coração ainda é trouxa por Amanda.
Amanda, por sinal, não fala comigo. Mas também não aponta o dedo ou cochicha quando eu passo. A própria Debora me disse que já viu algumas vezes ela me defendendo de piadinhas. Como eu sinto falta dela… Mas não posso me aproximar, eu estragaria tudo e estragaria a vida dela. Eu já estraguei a minha vida e a do meus pais… Não quero carregar a culpa por mais ninguém.
– Filha? – meu pai apareceu na janela da garagem. – Posso entrar?
– Claro, pai. – Destranquei a porta. – Está tudo bem?
– Está sim, querida. – Ele sorriu. – Posso falar com você? – Assenti com a cabeça. – Ótimo, sente-se aqui do meu lado. Olhe para mim.
– Está me assustando, pai.
– Não se assuste, eu só quero que você saiba que você não tem culpa nenhuma pelo o que vou te falar. E que nós vamos ficar bem ok? Confie no seu pai aqui. Hoje, na hora do almoço eu resolvi conversar com sua mãe e o tema da conversa foi nós dois. E nós percebemos que não dá mais. Nosso casamento acabou. – Comecei a chorar. – Ei, venha aqui. – Ele me abraçou forte.
– É minha culpa, pai… É minha culpa, sim!
– Já disse que não é, Lili, olha aqui para mim. Nesses meses, eu me tornei seu melhor amigo, não é mesmo? – Ele perguntou me fazendo um carinho e eu confirmei. – Pois bem, desde que você me contou da sua condição sexual nós ficamos bem próximos e estamos passando por muitas mudanças juntos desde então. Vou deixar o meu papel de pai por um momento e vou falar com você como Gustavo, como uma pessoa. Eu e a Renata não temos ligação de sentimento já faz um tempo e nós dois sabíamos disso. Eu nunca a trai, ela também, suponho que não. Mas, existia uma coisa em nossa relação chamada comodismo, aparência. Isso, era o pilar da nossa relação. Dormíamos juntos, íamos a missa… Casal perfeito, mas, acho que desde os seus dez anos, eu não sinto amor, aquele tipo de amor necessário para manter uma relação e ambos sempre fomos sinceros. Quando se tem um relacionamento com alguém, um relacionamento de convivência diária, há coisas que não dá para se fingir.
– Eu jamais iria imaginar isso.
– Pois é, eu e ela somos bons atores… Lilian, eu não vou ser hipócrita e dizer que não pesou na hora de conversar com Renata a postura dela com relação a você. Ela fez da sua vida um inferno e eu me sinto um panaca por não ter forças o suficiente para te tirar dessa garagem e te pôr no seu cantinho, no seu quarto que eu sei que você tanto gosta e tanto ama. Eu não quero viver com uma mulher que não consegue entender a própria filha. No último domingo, fui a missa com ela, e quando nós saímos os pais do Gabriel nos parou perguntando onde você estava que fazia tempo que não te via andando conosco. Eu não esperava obviamente que sua mãe contasse a real situação. Mas, ela mentiu para eles com tanta maestria. Disse que você está focada nos estudos, e anda malhando muito… ainda mais agora que está namorando com um garoto pela internet. – Meu pai disse e eu fiquei tão espantada. – Eu fiz justamente essa cara! Eu também fiquei espantado! Que até o Gilberto tirou sarro da minha cara dizendo que eu fui o último a saber que a filhinha cresceu. Eu tentei sorrir mais eu não consegui! E ela continuou enfatizando que era um menino. Depois que eles foram embora, ela fingiu que nada aconteceu. Filha, eu não estou pedindo para você odiar sua mãe. Até porque, ódio faz mal para quem sente. Mas, eu não mereço viver com uma mulher dessas! Ela talvez não mereça viver com um idiota como eu. A história sempre tem dois lados, eu não vou dizer qual é o certo ou o errado eu só quero ser feliz e te ver feliz. Nós vamos nos separar, no papel essa semana ainda. Conversamos sobre você e a guarda vai ficar comigo, tudo bem para você?
– Sim pai, claro que está… Até porque ela não iria querer minha guarda.
– Ela vai embora daqui, diz que vai para Nova York viver com os pais dela… Mas ela pediu a casa. A convenci em nos deixar aqui até o fim das suas aulas, falta menos de quatro meses, e passará rápido. Concorda com isso?
– Sim, pai.
– Eu lamento muito por você não se formar com seus amigos de escola, estudaram a vida inteira juntos… Cidade pequena, mas, precisaremos ir.
– Não lamente por isso. Será até melhor. Onde ficaremos?
– Vamos nos mudar antes do natal para o Rio de Janeiro, e tudo ficará bem… Cidade grande, lá você estará bem, lá homossexualidade não é um tabu. E as pessoas não vão te encher o saco.
– Como sabe que estão enchendo meu saco?
– Me ligaram da sua escola, disseram estar preocupados. Eu fui até lá, tive uma reunião com eles e eles me colocaram a par de tudo. Admito que fiquei triste por você aguentar isso tudo, mas orgulhoso da sua postura. Suas notas são excelentes, e você não os respondeu com violência.
– Não vale a pena, eu tenho outras coisas para me preocupar.
– Sei que tem, mas, curta seus amigos… Aqueles que são verdadeiros e te amam como você é.
– Farei isso.
– E Amanda?
– Como assim? – Fiquei surpresa com a pergunta.
– Não se falam mais? Sempre vejo a Debora aqui, mas, nunca a Amanda.
– Aquela conversa que você ouviu foi a última.
– Eu vi, nos olhos dela, que existe alguma coisa dentro dela, que ela não diz por vergonha, medo ou talvez preconceito. Eu não consigo acreditar que ela não sente nada por você.
– Ela está bem… E eu também.
– Bom, vou te deixar descansar.
– Pai, eu achei algumas coisas aqui nessas tralhas, eu me interessei por essa câmera aqui. – Mostrei o objeto.
– Bom filha, é bem antiga. Mas acho que funciona, você testou?
– Sim, está funcionando… Queria saber se posso usar.
– Claro! Comprei ela para fotografar sua infância. Mas está conservada. É sua!
– Obrigada, pai.
– De nada, querida.
– Pai, o senhor está bem mesmo?
– Sim! Estou, estou orgulhoso de não me acomodar.
– Fique orgulhoso por ser um pai incrível. – Ele sorriu e saiu.
Duas semanas depois.
– Eu não acredito que depois de tudo, você ainda vai ficar aqui nessa garagem velha, sua mãe já foi embora, poxa! – Debora se sentou em uma mesa vaga.
– Eu sei, mas, me dá uma coisa ruim entrar naquela casa, e eu já me acostumei aqui. É meio que morar sozinha. Me sinto adulta.
– E como seu pai está com tudo isso? – Ela saiu da mesa e se jogou em uma poltrona.
– Eu não sei realmente, mas, ele parece estar bem. Está animado com a mudança de casa. Ouço ele cantando enquanto arruma a casa. Eu ajudo ele no que posso mas, ele prefere cozinhar e limpar sozinho. Como ele mesmo diz, dar o toque dele em tudo.
– Seu pai é bem maneiro.
– É. – Continuei mexendo na câmera, enquanto Debora me olhava atentamente. – O que foi?
– Acho que você encontrou uma paixão… Fotografia. – Ela me olhava atentamente da poltrona.
– Ah não sei, eu gosto de fotografar momentos e pessoas aleatórias, é legal.
– Você me mostrou as fotos que você tira e são incríveis. E não é só eu que acho isso, minha prima Giovana também.
– Vocês são suspeitas. – Brinquei.
– Tira fotos minhas? – Debora perguntou curiosa.
– Claro, só que não sei pedir para fazer pose e nem nada. Vai ter que ser no espontâneo.
– Tudo bem, vou ali me preparar.
– Está bem, vou trocar o rolo da câmera… Por sorte meu pai me dá bastante rolos para gastar. – Fiquei agachada procurando uma caixa que não estava aberta. – Eu preciso organizar melhor isso aqui. – Pensei alto.
– Também acho, está uma bagunça. – Ela disse e quando me virei, ela estava nua. Eu tremi da cabeça aos pés.
– De De De Debora. – Eu e minha maldita gagueira. Ela foi se aproximando devagar, me empurrou até minha cama. – Debora, nós somos amigas.
– Eu sei… Mas, geralmente eu beijo só amigas, inimigas eu quero longe.
– Debora você é linda, seu corpo é lindo… Mas eu. – Ela tampou minha boca com um selinho breve.
– Eu sei, eu sei bem de quem você gosta e por mim tudo ok. Eu só quero que você saiba que sexo, pode ser feito sem amor. Com amor deve ser mais gostoso é claro, mas somos amigas, nos amamos de uma forma diferente. E não minta para mim, Lilian, já percebi você me desejando, ainda mais quando vamos nadar por ai. – Ela sorriu. E ela tinha razão, por mais que eu ame Amanda, eu não sou cega, Debora é linda. – Então que tal aproveitarmos a noite de um jeito diferente?
– Sou virgem. – Foi a única coisa que eu consegui dizer, meu corpo esquentou de uma hora para outra, será que isso é tesão?
– Tudo bem, prometo ser cuidadosa com você… Acha que consegue? Não quero te forçar a nada, será sua primeira vez, tem que ser legal. Você tem que estar com vontade.
– É impossível não sentir vontade com você toda nua sentada no meu colo. Eu não sou cega, Debora, seu corpo é lindo eu só não sei bem como começar.
– Deixa que eu te guio… Larga a câmera, tire sua blusa… Isso, seu sutiã. Meu Deus que seios lindo você tem – Ela sussurrou no meu ouvido e apertou com força me fazendo arfar e automaticamente apertar ela com toda minha força. – Espere um pouco, vou trancar a porta e fechar as cortinas. – Ela saiu totalmente nua e eu fiquei paralisada com aquele corpo. Decidi me despir por completo e acomodar minha câmera em um lugar mais seguro. Quando ela voltou, me senti mais segura para toca-la, beijei-a com vontade, uma vontade que existia, sempre existiu.
– Para uma virgem você tem uma pegada maravilhosa. – Ela sussurrou no meu ouvido. Me fazendo sorrir. – Será que seu pai vai voltar aqui hoje?
– Não vai, não.
– Sendo assim, posso ficar o quanto quiser e como quiser?
– Você pode tudo hoje. – Sorrimos.
– Você também pode tudo hoje, quero que sua primeira vez lhe cause sorrisos ao lembrar… Vai ser do jeito que você quiser, quer comandar a situação?
– Consigo?
– Pelo pouco que vi, você consegue. –Mais uma vez ela se levantou, ligou o som em uma rádio qualquer e começou a dançar.
– Vai dançar para mim? – Ela só piscou e veio caminhando em passos lentos e calculados, cada passo dela, é um passo para um abismo de desejo sem fim.
Molho os lábios com a ponta da língua, Debora sorri satisfeita e apoia seus joelhos ao lado das minhas coxas, sentando em meu colo. Seu quadril começa a mexer devagar, no ritmo da música.
Eu tremo, engulo a saliva que se acumula em minha boca. Arfo quando sinto ela sentar sobre minhas coxas e se projetar para frente e para trás, me permitindo sentir o quão molhada ela está. Desço minha mão para sua bunda e aperto com força.
Começo a pensar tanta sacanagem, aquelas que não se diz em voz por se ter um filtro. Mas preciso fazer algo se não, para mim vai ser uma primeira vez incrível e pra ela talvez a primeira vez com uma boneca inflável.
– Vira de costas para mim… Vira. – Peço em seu ouvido após mordiscar o lóbulo de sua orelha, ela geme manhosa, e faz o que eu peço, quando aquela bunda enorme pressiona minha boceta eu não consigo segurar o gemido.
– Gosta, Lilian? Gosta de me ter rebolando assim? – Sua voz sai arrastada, ela tira uma das minhas mãos de sua bunda e leva até sua boceta que está encharcada.
– Gosto, gosto muito… Você está encharcada, porra! Mal posso esperar para te chupar. –Confesso em um murmúrio, por dentro fico tensa, eu nunca falei uma coisa assim em alto e bom som.
– Você quer me chupar? – Ela me encara, enquanto faz carinho em meu rosto.
– Muito. – Quer saber? Desistir de ficar me policiando, poxa, é minha primeira vez, é com alguém que me dá todo apoio do mundo, minha amiga, que sabe tudo da minha vida. Ela é gostosa para caramba, e sabe dos meus reais sentimentos. Estamos sendo honestas em tudo. Então, ok.
– Tem certeza? – Ela abre um sorriso safado e volta para o sofá, sobe nele, ficando de pé, e me chama. – Senta aqui. – Me sentei como ela pediu, sua boceta fica na altura da minha boca, não consigo me conter e a seguro pelas coxas puxando-a para mais perto. – Mmm… Delicia. – Chupo o clitóris com vontade, suas mãos voam para o meu cabelo, ela curva seu corpo que começa a tremer com as minhas lambidas em seu nervo pulsante. Abro os olhos e foco meu olhar no dela, obrigando-a olhar para mim (li uma vez em um conto que isso é excitante… Realmente é). Cravo minhas unhas curtas em suas coxas, enquanto giro minha língua sem parar. – Mete em mim logo, mete. – Ela praticamente grita.
– Vamos para cama. – Falo diminuindo as lambidas. Ela concorda em silêncio ainda puxando o ar, eu sei que ela gozou, senti seu liquido escorrendo pela minha boca, a peguei no colo, e ela me beijou de um jeito calmo, deite por cima dela, sugando seus seios e seu pescoço, enquanto sentia sua mão procurando pelo meu sexo.
– Me ensina como fazer sem te machucar?
– Claro! Com suas pernas, afaste as minhas pernas, coloque sua mão posicionada bem na frente, sinta minha boceta, ache meu clitóris, brinque com ele enquanto acha minha entrada… Isso. Mmmmmm isso isso. – Ela respirou fundo. – Agora, use esses dois dedos. – Ela mostrou com a sua mão. – Deixe-os bem lubrificados e agora coloque eles dentro de mim… Faça do ritmo que quiser. Não se preocupe em me machucar, sei que não vai. E se por um acaso for, eu te digo.
Assim fiz, bem devagar, fui entrando com meus dedos nela, que sensação gostosa, que quente e apertado, senti minhas pernas tremendo, eu estava gozando e ela percebeu.
– Temos todo tempo do mundo, fique calma, o primeiro orgasmo deve ser sentido e bem saboreado.
Fui até o final com meus dedos, respirando fundo procurando me acalmar.
Tiro meus dedos de dentro dela e volto a coloca-los até o final, das primeiras vezes de maneira lenta, depois aumentando o ritmo conforme minha vontade manda.
Meus dedos começam a entrar com mais dificuldades, seu corpo começa a sofrer espasmos violentos, meu corpo começa a agir da mesma forma, não tenho mais forças para tirar meus dedos, ela começa a esfregar mais e mais gemendo como uma gata manhosa.
– Isso, não para. – Ela começa a sugar meu pescoço, enquanto gozo gemendo bem baixo em seu ouvido.
Sinto meus dedos se esmagarem de vez, sua boceta pulsando, e seu gozo jorrando em minhas mãos. Com o passar do tempo crio forças para sair de cima dela, e me deito ao lado. Ela me olha curiosa e exausta.
– Tudo bem?
– Tudo ótimo e com você? – Pergunto me aproximando mais, perdi a virgindade, perdi a inocência, eu perdi tanta coisa nessa noite… Inclusive o pudor, quando dei por mim, já estava fazendo carinho em seus seios.
– Não estou nada bem, você mentiu para mim. – Debora, disse toda séria. No que eu menti?
– Não sei do que está falando, mas juro que não menti em momento algum para você.
– Ela gargalhou… Calma! Você mentiu quando disse que era virgem!
– Mas eu sou.
– Era. – Ela me lançou um olhar safado. – Virgens não fazem tão gostoso assim de primeira.
– Sério? Foi bom mesmo?
– Bom não… Eu diria incrível mesmo.
– Nossa. – Me comportei como uma nerd. – Debora. – Chamei-a em um sussurro.
– Oi.
– Eu fui ativa e você passiva, correto?
– Sim.
– Podemos inverter?
– Mmmm, claro que sim. – Ela me roubou um beijo. Temos a noite toda, para você experimentar o que quiser e do jeito que quiser.
Continua…
Adoro o seus contos mas está demorando bastante , quero saber oque houve,pfv volta a postar …